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Sinopse por: Luís Nogueira Arranca assim o texto: "Pensar utilmente era o que aconselhava Diderot, na Encyclopédie, como uma das primeiras exortações modernas lançadas aos filósofos no sentido de pensarem a técnica. Tratava-se, dizia Diderot, da necessidade de arrancar a técnica ao mutismo do gesto mecânico, de legitimar o saber que a sustenta, isto é, de reconhecer a existência de uma racionalidade técnica ou de uma tecno-logia. Despertar o sentido para o inútil é, por sua vez, no século XX, o ponto de partida que Heidegger propõe para uma meditação sobre a técnica. Desocultar o seu sentido pleno, compreender como ela interfere de um modo essencial na nossa experiência do mundo, exigiu, segundo Heidegger, o reconhecimento de que, ao contrário do que determinou uma visão antropológica da técnica, também a respeito desta ganhamos mais em perguntarmo-nos que deve e pode ainda o inútil face à preponderância do utilizável, pois inútil, de maneira que nada de imediatamente prático possa ser feito, tal é o sentido das coisas".
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