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Sinopse por: Luís Nogueira "Pode-se ler a obra de Bataille como uma rímica circulação viciosa do olho e da boca, da abertura e do fechamento: um batimento desarticulado, infeliz, de lábios e pálpebras, onde o escrito incessantemente busca o seu poder de suscitar o órgão. É como uma tentativa, um esgar de esforços contraditórios e, finalmente, o sentimento intolerável, mas absoluto, de uma aforia. Daí que a obra de Bataille pareça exigir não ser nunca tomada à letra do seu discurso, mesmo no melhor dos casos, ou seja, o caso em que as palavras do discurso têm a capacidade antitéctica de subverter a lógica simples da identificação, como sucede com sacer ou hagios, palavras que distendem a definição do sagrado, entre o puro e o impuro, entre o divino e o imundo. Daí que esta obra, finalmente, talvez exija apenas uma atitude: ser tomada pelo que ela suplica na escrita, a saber - entre outras coisas - uma visão". Por este excerto apercebemo-nos bastante bem do fascínio com que qualquer análise se confronta com a obra complexa de Bataille.
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