|
Sinopse por: Luís Nogueira Do prefácio: "Os argumentos do contencioso em volta da ideia de uma cultura pós-modernista afirmativa trouxeram com eles uma persistente depreciação teórica das intenções de uma alta arte modernista bem como uma positiva reavaliação do carácter e potencialidades da cultura popular. Ambas estas reavaliações críticas tomaram muitas vezes a forma de um criticismo sustentado da teoria cultural de Adorno. A defesa aparentemente sem compromissos da arte modernista por parte de Adorno e a aparente crítica sem compromissos da cultura de massas enquanto um produto de uma "indústria cultural" serviu aos proponentes do pós-modernismo como uma imagem negativa contra a qual os seus intentos de uma transformação democrática da cultura se asseguram. No seu entender, Adorno é um elitista que defende um modernismo artístico esotérico contra uma cultura disponível para todos. Ao mesmo tempo, apelando à continuação do projecto artístico modernista e vislumbrando apenas manipulação e reificação nos produtos da indústria cultural, a teoria crítica de Adorno parece prescrever a transformação da cultura numa direcção emancipatória.
Sendo certamente verdade que a paisagem cultural se alterou substancialmente nos vinte anos posteriores à morte de Adorno, e talvez em modos que ele não conseguiu antecipar (…), mesmo se alguns dos detalhes históricos e sociológicos das análises de Adorno se referem a um contexto específico, não se segue que o seu diagnóstico crítico não seja aplicável ao presente.
Ao juntar uma vasta selecção de escritos de Adorno sobre a indústria da cultura, o objectivo é permitir uma apreciação mais ampla das suas conquistas nesta área, mas também, e mais importante, permitir uma confrontação mais informada entre a teoria crítica de Adorno e as reivindicações da teoria cultural pós-modernista".
|
|