| Modos de Fazer Mundos Sinopse por: Luís Nogueira
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Obra: Modos de Fazer Mundos Autor(a): Nelson Goodman Editora: Asa Colecção: Argumentos Ano publicação: 1978 Ano entrada: 2000-01-01
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Temáticas: » Teorias da Cultura
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Sinopse por: Luís Nogueira "O mundo é feito por nós, afirma Goodman. Ou, mais precisamente, o nosso conhecimento consiste na construção de "versões-de-mundos". Goodman gosta de escrever assim, sublinhar que as nossas construções não são diferentes interpretações ou explicações de um mesmo e único mundo pré-existente e independente delas, mas sim que construções e mundo são uma e a mesma coisa. Podemos, por isso, dizer indiferentemente que fazemos mundos ou que fazemos versões porque, quando usadas separadamente, estas noções são quase sempre intersubstituíveis.
As versões são sistemas de símbolos que ordenam, classificam e categorizam os objectos do seu domínio, isto é, os seus referentes. Estes sistemas são artefactos no sentido em que as suas características não são impostas pela espécie de coisas que constitui o domínio que o sistema organiza, mas são o resultado de livre decisões nossas quanto à forma de o organizar.
Em particular, são os sistemas que compõem as condições para a individualização dos objectos. Quando dois sistemas ou versões individualizam diferentemente, discordam nas respostas às questões de saber o que é o mesmo e o diferente, a permanência e a mudança. Uma lagarta e a borboleta, na qual se transforma, podem ser duas entidades distintas ou a mesma entidade em tempos diferentes. Ambas as versões dão conta do fenómeno de metamorfose, mas onde uma contar 20 entidades, a outra contará 10. É neste sentido que podemos dizer que as versões constroem a realidade que lhes correspondem.
Esta tese não é pacificamente aceite. Já foi observado que a noção de "mundo" na expressão "fazer mundos" é ambígua e permite duas interpretações: uma interpretação fraca ou "versional" segundo a qual "mundo" significa "versão de mundo", e uma forte ou "objectual" segundo a qual significa "conjunto de coisas descritas". De acordo com a primeira, são as versões que são criadas, não as coisas descritas ou representadas por essas versões; de acordo com a segunda, quando criamos versões, criamos mundos reais e, sendo assim, a diferentes versões correspondem diferentes mundos.
Goodman admite a ambiguidade de que é acusado. Pretende que é deliberadamente usada para tornar manifesto o seu ponto de vista pragmático e convencionalista: compete a cada construtor de mundos decidir se o seu objectivo é melhor servido falando de mundos ou falando de versões". Escreve Carmo d’Orey, do Departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa, na Introdução ao livro.
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Índice: I. Palavras, Obras, Obras
1.Questões
2.Versões e visões
3.Quão firme é um fundamento?
4.Modos de fazer mundos
5.Embaraço com a verdade
6.Realidade relativa
7.Notas sobre conhecer
II. O Estatuto do Estilo
8.Excepções assumidas
9.Estilo e assunto
10.Estilo e sentimento
11.Estilo e estrutura
12.Estilo e assinatura
13.A relevância do estilo
III. Algumas questões relativas à citação
1.Citação verbal
2.Citação pictórica
3.Citação musical
4.Citação entre sistemas diferentes
5.Citação entre meios
6.Reflexões
IV. Quando é Arte?
7.O puro em arte
8.Um dilema
9.Amostras
V. Um enigma na percepção
1.Ver para além do ser
2.O movimento feito
3.Forma e tamanho
4.Consequências e questões
5.Cor
6.O enigma
VI. A Fabricação dos Factos
7.Realidade e artifício
8.Meios e matéria
9.Alguns mundos antigos
10.Redução e construção
11.Facto a partir de ficção
VII. Sobre a Correcção da Apresentação
1.Mundos em conflito
2.Convenção e conteúdo
3.Testes e verdade
4.Veracidade e validade
5.A representação correcta
6.A amostra representativa
7.A correcção reexaminada
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