| A Invenção da Comunicação Sinopse por: Luís Nogueira
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Obra: A Invenção da Comunicação Autor(a): Armand Mattelart Editora: Instituto Piaget Colecção: Epistemologia e Sociedade Ano publicação: 1994 Ano entrada: 2000-01-01
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Temáticas: » História e Teorias da Comunicação
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Sinopse por: Luís Nogueira Apresentação: "Comunicação: este termo possui um grande número de acepções: esta constatação não data do fim do nosso milénio, mas de 1753. É assim que se inicia o artigo que Denis Diderot consagra à palavra na Enciclopédia, e que redige pessoalmente.
Já nessa época, a comunicação fala a língua de várias ciências, artes e ofícios: literatura, física, teologia, ciências das fortificações, processo penal, conduto e esgotos. A sua polissemia remete para as ideias de partilha, de comunidade, de contiguidade, de continuidade, de encarnação e de exibição. Nesse dicionário das Luzes, a negativa dá mais informações do que a positiva, como o demonstra o artigo Excommunication. Escrito por um eclesiástico, apresenta o duplo mérito de nos fazer suspeitar quanto a matriz original da comunicação deve à linguagem da Igreja, ainda que não se confine a ela. A excomunhão é definida como a separação da comunicação ou do intercâmbio com uma pessoa, com a qual existiam anteriormente.
(…) Cada época histórica e cada tipo de sociedade possuem uma determinada configuração favorável à comunicação. Esta configuração, com os seus diversos níveis (económico, social, técnico e mental) e as suas diferentes escalas (local, nacional, regional ou internacional) produz um conceito de comunicação hegemónica. Na passagem de uma configuração a outra, importa sublinhar continuidades e rupturas (…).
Esta história da invenção da comunicação é um convite para percorrer um traçado diferente daquele que baliza a comunicação na sua modalidade mediática. A comunicação será tomada aqui numa perspectiva mais ampla, englobando os múltiplos circuitos de troca e de circulação de bens, de pessoas e de mensagens. Esta definição cobre ao mesmo tempo as vias de comunicação, as redes de transmissão a longa distância e os meios de intercâmbio simbólico, como as exposições universais, a cultura erudita, a religião, a língua e, evidentemente, os meios de comunicação de massas".
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Índice: Introdução: o fluxo, o vínculo, o espaço e a medida
I: A Sociedade de Fluxo
1. As Vias da Razão
Filosofias da dúvida e do movimento
Vauban e a topografia fluvial
Os engenheiros das Pontes
Rumo a uma ciência útil
A descoberta do movimento circular
Aritmética política e anatomia do organismo social
Vaucanson, La Mettrie, Sade, a máquina e o sistema
2. A Economia de Circulação
François Quesnay e o Tableau économique
Um espaço para o público esclarecido
Turgot e a construção da rede viária
Circular é medir: a adopção de um sistema único de pesos e medidas
A razão estatística
Telégrafos e caminhos-de-ferro: rumo a uma nova utilização do tempo
3. A Encruzilhada da Evolução
Adam Smith e a teorização da divisão do trabalho
Wakwfield e Babbage: cooperação e divisão do trabalho mental
Malthus e a concorrência vital
As leis do desenvolvimento e o positivismo de Augusto Comte
Herbert Spencer e a sociedade orgânica
A influência decisiva do evolucionismo darwinista
O difusionismo e a generalização da ideologia do progresso
II: As Utopias do Vínculo Universal
4. O Culto da Rede
Saint-Simon, o organismo e a organização
A nação como grande sociedade industrial
O saint-simonismo no tempo da pregação
Abarcar o universo: Enfantin e o canal do Suez
As redes espirituais e materiais
Chevalier e a salvação pelo caminho-de-ferro
O anúncio publicitário: o legado do saint-simonismo
5. O Templo da Indústria
Génese da exposição industrial
Paris, capital da cultura universal
As grandes crónicas da concórdia geral
Um espaço público internacional em formação
A síndroma de Buffalo Bill: mostrar o progresso, correndo o risco do espectáculo
6. A Cidade Comunitária
Da Nova Zelândia ao Falenstério de Charles Fourier
A viagem às fontes de Étienne Cabet
Proudhon, De Paepe e a emancipação comunal
Kropotkine, Geddes: do paleotécnico ao neotécnico
Samuel Butler e a evolução das máquinas
Zamiatine e Kremniov: antiutopia e utopia vindas do frio
III: O Espaço Geopolítico
7. Hierarquização do Mundo
As trocas desiguais na hora universal
Império do cabo
Da periferia para o centro
O mediterrâneo americano, nova configuração regional
Imperialismo: tensões em torno de um conceito
8. A Propagação Simbólica
A propaganda, apanágio da Igreja
A imprensa missionária de uma nação predestinada
A Alliance Française e o combate darwinista pela sobrevivência da língua
H. G. Wells: as hegemonias linguísticas do ano 2000
O ricochete de uma estratégia saint-simonista
9. O Pensamento Estratégico
Linhas e tropas de comunicação
Friedrich List, o caminho-de-ferro e o nacionalismo económico
Friedrich Ratzel e a ciência do território
Espaço marítimo e destino manifesto
Desembarque em Cuba: primeira guerra da imagem
As informações secretas, o jornalista espião
IV: O Indivíduo-Media
10. O Perfil das Multidões
Adolphe Quételet, o homem médio e a sociedade do risco
Alphonse Bertillon e a antropometria
Galton, Vucetich e a ficha dactiloscópica
O homem delinquente da antropologia criminal
Scipio Sighele, fundador da psicologia das multidões
Gustave Le bon: da alma da raça à alma da multidão
Gabriel Tarde: a era dos públicos
A Escola de Chicago e a psicossociologia das interacções
11. As Cadências do Motor Humano
Os aparelhos de registo do fisiologista Étienne Marey
Do cronofotógrafo ao cinematógrafo
Um novo Discurso do Método
Taylor e a organização científica do trabalho
Os caminhos-de-ferro americanos e o gestor
12. O Mercado dos Alvos
O folhetim: um género e um público populares
A controvérsia Sue-Marx e a ideologia do conteúdo
O regime da preguiça, figura negativa do lazer
Origens remotas do anúncio
A internacionalização das primeiras redes publicitárias
Nascimento do Marketing e da mass culture
Rumo à análise funcional
Epílogo: novas totalidades orgânicas
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