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Sinopse por: Luís Nogueira Excertos da introdução: "(…) O problema põe-se de modo verdadeiramente inquietante só a partir do momento em que passado e futuro coincidem, como acontece no filme Jurassic Park de Steven Spielberg: uma pré-história artificialmente recriada e um futuro de ficção científica já realizado encontram-se e transitam um para o outro, criando um presente em que coabitam os monstros pré-históricos e as tecnologias mais sofisticadas. O enigma nasce justamente do colapso tanto do passado quanto do futuro, num presente ambíguo e problemático ao máximo grau.
É este tipo de experiência que está na base de Enigmas: não nasce do retorno do que foi recalcado, nem do choque do futuro, mas sim do enigma da sua coincidência, do impor-se de uma condição em que o antigo e o futurível não so se assemelham, mas até se confundem".
"A reflexão inaugurada por Enigmas, que foi continuada nos meus dois livros seguintes (Do Sentir e Do Sex Appeal do Inorgânico), diz essencialmente respeito à relação entre o homem e as coisas. Assistimos, pois, a uma estranha inversão: os homens tornam-se mais parecidos com as coisas, e, vice-versa, o mundo inorgânico, graças à tecnologia electrónica, parece substituir-se ao homem na percepção dos fenómenos. Isso explica a contracção do passado e do futuro num único tempo, o presente, que os contém a ambos: a tensão futurista e eivada de ficção científica que anima a inovação tecnológica não é separável da atracção que as antiguidades remotas exercem sobre o imaginário contemporâneo".
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