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Sinopse por: Graça Gonçalves Da introdução: "O objectivo deste trabalho é, com recurso a uma perspectiva interdisciplinar, indagar sobre a natureza da relação entre a indústria jornalística e os seus públicos no contexto de uma sociedade de massa. Procura-se, assim, definir o lugar que, no âmbito dessa indústria, cabe à interacção, conceito que recentemente tem sido objecto de equívocos graças à crescente mediatização tecnológica da experiência simbólica. Pretende-se ainda interpelar uma forma específica de comunicação - a imprensa regional - a fim de indagar se as suas especificidades concretas são de molde a favorecerem uma maior interacção no seio da esfera pública.<br> (...) Uma das estranhezas da crise da modernidade é o facto de deixar em aberto espaços de autoregeneração. O Estado Nação e a Democracia de Massa debatem-se nas suas ambivalências. Curiosamente é nas suas crises que estalam os interstícios pelos quais irrompem as possibilidades de diferença. A comunicação regional é também uma hipótese de catalização e reflexo destes projectos. Talvez aí, onde sobrevivem formas concretas de proximidade em relação aos cidadãos e aos espaços públicos onde eles intervêm, se possa problematizar um modelo caracterizado por essa possível racionalidade alternativa.<br> Outro fenómeno que parece relevante analisar é o das novas tecnologias da comunicação: multimedia, redes, telemática, ampliação da capacidades das bases de dados. Estas podem desempenhar no âmbito dos media regionais um papel fundamental, ajudando a ultrapassar anacronismos sem pôr em causa mas, antes pelo contrário, aprofundando a almejada proximidade com os públicos. Porém, em vez de fazermos uma aclamação eufórica das possibilidades que eles tenham de ressuscitarem uma espécie de nova agora, interessa interrogar os limites e legítimas esperanças que despertam para o jornalismo à sombra das novas condições tecnológicas."
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