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Sinopse por: Graça Gonçalves Da introdução: "1) Destituir o ser em favor do acontecimento como entidade filosófica, despromover a ontologia em proveito de um evenemencialismo. 2) Conceder títulos de nobreza a uma orientação "pática"do pensamento, estabelecer de direito um pensamento-pathos capaz de elevar a faculdade de pensar à sua superior competência intrínseca, de criação ou inovação. Pode-se circunscrever assim, na estreita correlação destes dois enunciados, o programa de Gilles Deleuze em filosofia. A realização deste programa envolve uma exigência crítica fundamental, uma vertente "negativa". Ela exige emancipar o exercício pensante do modelo lógico da verdade, denunciar a matriz doxológica desse modelo, quer dizer, denunciar o decalque da forma limitativa do senso comum pelo pensamento determinado como "razão". Exige, por outras palavras, desarticular a concepção tradicional predominante do pensamento e evidenciar o seu funcionamento repressivo sobre a operação prática "pensar" decorrente dos compromissos contraídos por essa concepção desde os pressupostos. Só o cumprimento desse quesito crítico permite a Deleuze fundar no próprio pensamento o carácter paradoxal da filosofia como evenemencialismo, dar um estatuto propriamente "jurídico" à actividade do pensamento como paradoxo. (...)"
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