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Sinopse por: Luís Nogueira As questões em análise: "Qualquer coisa é dita. E talvez antes de procurarmos dizer o que é que isso, isso que foi dito, quer dizer, ou como, como é que isso foi dito, ou ainda, o que é que foi feito ao dizer isso, quando se disse isso, e na medida em que foi isso, isso, e não outra coisa, que se disse, antes de procurarmos descrever o sentido, o modo e a acção do que foi dito, talvez, antes de tudo disso, seja necessário responder a esta questão: por que é que foi dito isso, isso exactamente, isso e não outra coisa que teria sido, até, possível dizer? Responder à questão: o que é que tornou possível dizer isso? Evidentemente que a resposta a esta última questão não anula todas as outras questões anteriores e, claro, todas as respostas a essas questões. Parece é que todas as questões que se dirigem ao discurso perguntando-lhe sobre o seu sentido, o seu modo e a sua acção tendem normalmente a esquecer esta última questão, como se a possibilidade de falar fosse uma evidência, e como se não acontecesse nada no discurso senão uma ausência, originária ou de superfície, que o trabalho analítico teria de descobrir e colmatar. « Não se pode falar em qualquer época de qualquer coisa; não é fácil dizer qualquer coisa que seja nova » escreve Foucault em L`Archéologie du Savoir. E, da mesma maneira, não se pode vir dizer, vir dizer depois, aquilo que não se disse numa dada época, aquilo que ela poderia ter dito. Não é isso que se diz quando se responde à questão sobre o que é que tornou possível dizer isso".
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