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Sinopse por: Luís Nogueira Pode ler-se no prefácio: "O título desta obra aponta o seu propósito. A Europa ocidental criou durante a Idade Média a sua própria cultura. Desligou-se pouco a pouco das influências mediterrânicas, orientais e bárbaras. Outros elementos intervieram, novas condições de vida e, sobretudo, um espírito novo. Assim nasceu uma civilização original que se exprimiu nos monumentos com tal vigor que a sua lembrança ficou associada durante séculos ao destino do Ocidente. Procurámos descrever não só os caracteres essenciais desses sistemas orgânicos a que chamamos estilos, mas a maneira como se fizeram e como viveram, seguindo certos movimentos - experiências, progressão interna, flutuações, trocas, expansão. O nosso trabalho não é pois nem uma iniciação nem um manual de arqueologia, mas um livro de história, isto é, um estudo das relações que, diversas consoante os tempos e consoante os lugares, se estabelecem entre os factos, as ideias e as formas. Estas últimas não podem ser consideradas como um simples cenário. Tomam parte na actividade histórica, dão-lhe o perfil que poderosamente contribuíram para desenhar. A arte da Idade Média não é nem uma concreção natural nem a expressão passiva duma sociedade: em ampla medida, fez ela própria a Idade Média.
Encontrar-se-á nestas páginas, além do estado da investigação em geral, o resultado dos nossos próprios trabalhos sobre certos movimentos e cetos períodos - o século XI, a escultura românica, o fim da Idade Média -, cuja interpretação tradicional nos pareceu sujeita a revisão".
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