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Sinopse por: Luís Nogueira "O que é um objecto figurativo, o que é uma figura? A questão é tão antiga quanto o mundo da representação, ou seja, talvez tanto quanto o próprio mundo. Desde os princípios da nossa história, tão longe quanto a nossa memória possa recuar, não encontramos nenhuma comunidade humana que não tenha fabricado essa espécie de objectos que sentimos - ainda que não saibamos - não valerem apenas pela sua utilidade como coisas no sentido estrito, mas valerem, também, se não unicamente, para fazerem figura aos olhos daqueles que os tinham fabricado, que os manipulavam ou que os observavam. Que um objecto faça figura, isto é, se dê como o desvio visual de algo que não se encontra presente - eis o que poderíamos incluir no crisol dos fenómenos antropológicos fundamentais, ao lado (ou antes, na trama) da linguagem, do desejo ou da troca social", começa por dizer o autor, para de seguida apontar com mais especificidade ao alvo do estudo: "Se falamos de objectos figurativos, torna-se então preferível interrogar primeiro a cultura que tornou possível, na nossa própria linguagem, a existência de uma tal categoria - ainda que verifiquemos de seguida, noutros campos, todo o jogo das analogias estruturais e das diferenças. Voltemo-nos então para esse Ocidente cristão cuja posição face aos objectivos figurativos é, a vários títulos, exemplar".
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